Olá, sou Gisele Fap, fotógrafa especializada em newborn e gostaria de compartilhar com vocês como fiz essa foto que foi premiada no ultimo concurso EPA.
 
Minha foto foi registrada em um dos momentos decisivos do estilo newborn. A mãe teve a decisão de fazer o ensaio newborn desde a época da gestação. Registrei a Melissa desde o ventre de sua mamãe Carol, então criei esta conexão.

Neste momento eu consigo captar o estilo da família. A família é um doce, tímida e simples. Porém, quebro essa timidez no ensaio gestante pedindo para o papai tirar a mamãe para dançar e tento, neste meio tempo, descobrir a música preferida deles (de quando se conheceram, por exemplo) e coloco no dia do ensaio.

Eu pensei: "preciso ser extraordinária mesmo que seja simplesmente em um ensaio de bebê."

O cenário do meu estúdio, na época, era clean. Fotografo praticamente apenas com o recurso de luz natural. As paredes brancas acabavam sendo meus "rebatedores"?. ?Os horários são sempre agendados a partir das 9h pontuais para que a mãe seja arrumada pela maquiadora e eu comece a minha sessão com o bebê.

O ambiente está aquecido ao som de ruído branco, inclusive eu possuo meu próprio aplicativo https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.bluepixel.dicasnewborngiselefap&hl=pt_BR  (sistema android e gratuito), com um coffe break que costumo deixar no estúdio, também. Me preocupo, pois, as vezes a mãe ou sua família não conseguiram se alimentar antes de sair de casa. É um carinho a mais e as pessoas ficam mais felizes quando estão alimentadas (risos).

Conforme eu fui evoluindo na sessão, ela percebeu meu carinho, meu estilo com sua bebê e filha mais velha.

Eu sigo a rotina de fotografar o bebê, irmãos e bebês, pai, família completa e, por último, a mãe.

Eu deixo a mãe por último. É um momento somente dela. É um resgate entre mãe e filha. É o coração batendo aqui fora, é o toque, é sentir o calor e a respiração de seu bebê em seu rosto e corpo. É um momento de silêncio e concentração. É nessa hora onde entro em ação, com a  minha direção como fotógrafa. Eu converso e faço como se fosse uma viagem ao tempo e estivesse resgatando as partes mais importantes de sua vida. Peço para que a mãe me olhe, feche os olhos, sorria, cheire seu bebê, peço para que ela diga o quanto ama seu bebê nos ouvidos dele, posiciono rosto com rosto.

Quando estou posicionada em sua frente, já pensando que ela pode se emocionar, eu peço para que ela abra os olhos e elogio a mãe. Você está linda, o seu brilho no olhar mudou, agora você está completa. A peça que faltava agora não falta mais para completar sua felicidade. E aí, ela se emociona, os olhos começam a querer dizer algo, além, e quando percebo que ela vai se segurar para não chorar, eu peço para que me olhe e feche os olhos....aí a foto diz por si. A lágrima vem, e todos ao meu redor, incluindo a maquiadora está chorando. Eu já aprendi a me segurar, porque já desfoquei por chorar junto com a mãe (risos).

Nesta minha foto enxergo um coração entre mãe e filha através da união de suas cabeças, o bebê fica em segundo plano, porque pra mim, a beleza da mãe deve ser mostrada neste momento em primeiro plano, se ela se emocionar, significa que eu fiz um bom trabalho. E não desisto enquanto eu não conseguir isso. E somente eu posiciono o bebê, arrumo a mãe, e mais ninguém.

Eu acredito na fotografia onde a protagonista é a família, o bebê. O cenário e vestimentas fazem parte, mas não me preocupo com isso. Se eu registrar aquele momento e ter a percepção de que a minha foto diz algo e mexe com o coração das pessoas, tudo o que é material se perde no meio da emoção e fica sem significado algum.

Equipamento usado: Canon 5D Mark III, lente 24-70 f/2.8, luz natural.

 

Gisele Fap 

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